LP - ATIVIDADE 1 - LER PARA ESCREVER (SEMANA 2 / 3º BIM 2020)


Olá amigx! 

Como vai você? Chegamos no 3º bimestre desse ano “malucão” de 2020. Estamos cada vez mais perto do fim do ano letivo.

Antes de começar, gostaria de atentá-lx para a importância de você não deixar as atividades acumularem. Tenha foco...estamos na reta final. Eu sei que não está fácil, mas não deixe que esse contexto pandêmico te impeça de alcançar os seus objetivos. Sempre que precisar, procure ajuda do(a) professor(a), do colega de turma, do familiar... não dê chances a inércia. Você não está sozinho.

Torço, sinceramente, para que, juntos, façamos com que esse 3º bimestre tenha qualidade, que ele seja produtivo e leve.

Então vamos nessa!

O roteiro de estudos dessa semana refere-se à Atividade 1 do Caderno do Aluno Vol. 3 (p. 96 – 99). Irei adaptá-la para que fique mais adequada ao estudo remoto.

 

1º ASSUNTO: NOTÍCIA E REPORTAGEM

Começo provocando você a pensar na seguinte questão:

QUESTÃO 1. Você sabe quais são as diferenças existentes entre uma notícia e uma reportagem?

Continue pensando nessa pergunta enquanto lê os dois textos a seguir:


TEXTO 1

Após denúncia, Facebook vai alertar usuários sobre fake news de coronavírus.

De Tilt, em São Paulo 16/04/2020 10h57

Atualizada em 16/04/2020 17h51

 

O Facebook anunciou que os usuários da rede que tiveram contato com informações falsas sobre o coronavírus — seja por meio de posts, compartilhamentos ou vídeos — receberão avisos pop-up sobre o conteúdo. Seria uma resposta a uma pesquisa da Avaaz sobre o impacto da desinformação na rede social. Os alertas irão redirecionar o usuário para uma página da OMS que contém informações verdadeiras sobre a covid-19. Segundo o Facebook, a ação deve ter início "nas próximas semanas".

A empresa também incluiu uma nova seção no seu centro de informações do Covid-19 chamado Get the Facts, com artigos verificados que desmascaram informações erradas sobre o coronavírus. As novidades também foram compartilhadas pelo executivo-chefe do Facebook, Mark Zuckerberg, em seu perfil.


Veja mais em https://www.uol.com.br/tilt/noticias/redacao/2020/04/16/facebook-passa-a-alertar-usuarios-expostos-a-fake-news-sobre-coronavirus.htm?cmpid=copiaecola


TEXTO 2


Comunicação nos tempos da pandemia

Tarcisio Eloy Pessoa de Barros Filho disse:

31 de julho de 2020

 

As moléstias infectocontagiosas não são um privilégio do Brasil, mas várias delas têm características endêmicas em nosso país há muitos anos e fazem parte do cotidiano da maior parte da nossa população, especialmente em seu segmento mais carente.

Elas decorrem de fatores como desigualdade social, falta de saneamento básico adequado e aspectos econômicos, mas também refletem o grau de desatenção com a saúde pública no Brasil, algo que deve ser corrigido o mais rápido possível.

Essas moléstias se tornaram cada vez mais frequentes e, inclusive, ganharam destaque na música “O pulso” (Marcelo Fromer, Tony Belloto e Arnaldo Antunes), que vale a pena ser ouvida e analisada como uma crítica social.

Lançada há mais de 30 anos, a canção continua atual, já que as doenças mencionadas não desapareceram – pelo contrário, outras se manifestaram e até ressurgiram.

Dengue, escarlatina, raiva, peste bubônica, cisticercose, tuberculose, febre amarela, malária, zika, chicungunha, coqueluche, difteria, esquistossomose, caxumba, doença de Chagas, encefalite, tétano, sarampo, influenza, H1N1 (e todas as suas variantes), hepatite, gonorreia, sífilis, SARS, toxoplasmose, brucelose, febre tifoide, varicela, herpes, mononucleose.

Doenças antigas, novas, crônicas ou agudas levam uma legião de pacientes aos hospitais, sobrecarregando um sistema de saúde que há muitos anos trabalha além da sua capacidade.

O naturalista francês Auguste de Saint-Hilaire disse que “ou o Brasil acaba com a saúva ou a saúva acaba com o Brasil”. Eu diria que “ou o Brasil acaba com as doenças infecciosas ou as doenças infecciosas acabam com o Brasil”.

A pandemia apenas escancarou uma sobrecarga que já existia no sistema de saúde muito antes da Covid-19. E mesmo trabalhando no limite, um sistema público de saúde organizado e hierarquizado como o Sistema Único de Saúde (SUS), mostrou-se fundamental e tem feito a diferença no enfrentamento à doença.

Mas além de ter causado uma grave crise sanitária, a Covid-19 também afetou os meios de comunicação com o aumento da presença de temas da saúde na mídia. Ao mesmo tempo, nunca houve tanta desinformação a esse respeito. Palavras raramente usadas pela população passaram a fazer parte de qualquer roda de conversa, em qualquer esquina – antes limitadas a discutir o resultado de futebol, o comportamento do árbitro, o sofrimento da mocinha da novela ou o eliminado da semana do BBB.

Isolamento, quarentena horizontal, quarentena vertical, lockdown, contaminação, infecção, infestação, incubação, evolução, álcool gel, máscara cirúrgica, máscara N 95, face shield, imunidade, RNA, genoma, hidroxicloroquina, bloqueio total, UTI, surto, endemia, epidemia, pandemia.

De repente todos os brasileiros se tornaram especialistas em moléstias infecciosas e epidemiologia; alguns, mais ousados, inclusive opinam professoralmente em rede nacional sobre temas que conhecem apenas de forma muito superficial.

As palavras se misturam de forma aleatória e repetitiva 24 horas por dia, sete dias por semana, em todos os meios de comunicação e em todas as esquinas. O incauto cidadão se imagina no meio de um desfile de carnaval cantando o “Samba do telespectador doido”, lembrando Stanislaw Ponte Preta. Palavras usadas de maneira errada, transmitindo informações distorcidas, meias verdades, teorias da conspiração, charlatanismo, pseudociência e fake news levam a população a um caminho de insegurança.

Nunca foram vistos tantos especialistas e pseudo-especialistas em infectologia e saúde pública opinando sobre o assunto.

A atual torre de Babel só tem contribuído para aumentar o caos e a insegurança da população. Em épocas de crise, a comunicação é fundamental. Precisamos urgentemente de um pacto entre todos os setores da nossa sociedade para que tentemos falar a mesma língua e possamos fazer essa difícil travessia com o menor grau de dano possível.

Essa união será fundamental, ainda mais ao considerarmos que após essa etapa haverá necessidade de outro esforço, provavelmente até maior que o atual, para que possamos dar assistência e conforto a uma multidão de pacientes com doenças as mais variadas possíveis que, devido à pandemia, tiveram seu atendimento postergado. Mais uma vez precisaremos de organização e comunicação efetiva, clara e padronizada. Para que o pulso continue pulsando.

Tarcisio Eloy Pessoa de Barros Filho é diretor da Faculdade de Medicina da Universidade de São Paulo (USP) e presidente do Conselho Deliberativo do Hospital das Clínicas da Faculdade de Medicina da Universidade de São Paulo (HCFMUSP).

Ver mais em Revista Cult https://revistacult.uol.com.br/home/comunicacao-nos-tempos-da-pandemia/


Após ter lido os dois textos, faço mais uma pergunta:

QUESTÃO 2. Qual texto você acha que é uma notícia e qual texto você acha que é uma reportagem?

Vamos para a resposta!!!

Dentre os vários gêneros textuais que circulam na esfera jornalística, apresentei para você, uma notícia (TEXTO 1) e uma reportagem (TEXTO 2).

Como é comum a confusão entre notícia e reportagem, faço aqui alguns esclarecimentos.

A notícia é um dos gêneros textuais que circula na esfera jornalística e que compõe o jornalismo informativo, ou seja, busca apenas noticiar, relatar fatos cotidianos de forma clara, objetiva e sem emitir juízo de valor. Assim, o discurso predominante é o indireto.

Há também gêneros característicos do jornalismo opinativo e a reportagem está entre estes, bem como o editorial, o artigo de opinião, a carta do leitor, entre outros. A reportagem aborda temas atuais, de relevância social, de forma mais profunda e descritiva, resultado de uma investigação mais precisa e detalhada do jornalista, com o propósito de aproximar o leitor à realidade retratada. Apresenta uma perspectiva mais pessoal, por isso vem sempre assinada pelo repórter. Comumente, utiliza o artifício da polifonia, que traz outras vozes além da voz do jornalista, como por exemplo, a posição de um especialista ou de uma testemunha; portanto, mescla o discurso direto e o indireto. No que se refere à sequencialização dos parágrafos, na reportagem, é preciso que eles sejam organizados adequadamente, visando a atingir a proposta enunciativa de se relatar um fato de relevância.

E ai! Conseguiu entender?

Vou deixar aqui para você, uma aula do CMSP em que os professores explicam e definem a notícia e a reportagem. Essa aula foi apresentada no dia 28 de julho, as 17h. Caso você não tenha assistido ainda, acho importante que assista.

28/07 - 2ª série EM - Língua Portuguesa - Da notícia à reportagem



Antes de encerrar esse assunto sobre os textos da esfera jornalística, é importante abordar as escolhas linguísticas que fazemos para a composição do texto.

Leia as manchetes a seguir:

MANCHETE 1

MANCHETE 2


A respeito das manchetes apresentadas, é importante chamar a atenção para as escolhas linguísticas feitas pelo autor e as marcas de intencionalidade que elas imprimem, conferindo ao texto um determinado tom (sensacionalista, dramático, argumentativo). Dessa forma, podem-se levantar alguns questionamentos:

Em qual destes títulos você percebe um tom sensacionalista?

Ainda ao que se refere à intencionalidade do gênero, é possível reconhecer o tom dado pelo autor às manchetes (sensacionalista, dramático, argumentativo)?

Veja mais alguns exemplos de manchetes e o tratamento que cada uma delas dá a um mesmo fato:

A

👉Cachorros são cruelmente abandonados no centro das cidades do interior.

👉Estatísticas demonstram o crescimento de cães abandonados nas ruas.

B

👉Incêndio em Paris consome catedral de Notre Dame.

👉Catedral de Notre Dame é atingida por incêndio.

👍ANOTE AI NO SEU CADERNO OU PORTFÓLIO:

A notícia é um dos gêneros textuais que circula na esfera jornalística e que compõe o jornalismo informativo, ou seja, busca apenas noticiar, relatar fatos cotidianos de forma clara, objetiva e sem emitir juízo de valor. Assim, o discurso predominante é o indireto.

A reportagem é um gênero textual que, geralmente, circula em jornais e revistas impressos e digitais. Esse gênero nasce de uma notícia de relevância, aprofunda os fatos de interesse público e apresenta variadas versões a respeito de tais fatos. O relato dos fatos é ampliado por meio de depoimentos, entrevistas, citações, resumos etc. Embora não possua estrutura fixa, na maioria das vezes, inicia-se com um título e apresenta uma lide que anuncia um fato central. A linguagem utilizada nesse gênero é marcada pela objetividade e pela clareza, com predomínio do uso da norma-padrão.


 2º ASSUNTO: INTERTEXTUALIDADE

Não sei se você reparou, mas na reportagem que lemos a pouco, o autor faz uma referência a uma música que se chama “Pulso” gravada pela banda Titãs. Se você não conhece e nunca ouviu essa música a sua compreensão da reportagem pode ter sido comprometida, pois a referenciação feita no texto é de grande valor, além de estilístico, semântico (que tem a ver com o significado).

Isso acontece porque a reportagem possui uma intertextualidade, ou seja, ela dialoga com um outro texto. Esse recurso é muito frequente em todos os tipos de texto.

Veremos um exemplo da intertextualidade que se dá na publicidade. Assista a campanha publicitária de uma montadora de automóveis no vídeo a seguir e tente desvendar a intertextualidade presente.


E ai...descobriu qual é a intertextualidade?

A minha geração saberia dizer qual é a intertextualidade muito facilmente, pois éramos apaixonados por essa série de animação: A Caverna do Dragão.

Se você achou difícil saber qual era o intertexto na campanha anterior, acho que nesses cartazes lançados pela empresa de cosméticos “Boticário” você irá perceber mais fácil. Vamos ver se você consegue descobri qual é a intertextualidade presente.




RESPOSTA: Chapeuzinho Vermelho; Cinderela; A Bela e a Fera

Perceberam? A intertextualidade permite o dialogismo (conversa) entre os diversos tipos de texto.

Um último exemplo de intertextualidade...agora entre a música e a literatura. Tentarei abranger com um pouco mais de detalhes.


TEXTO 1 - Poema

QUADRILHA

João amava Teresa que amava Raimundo

que amava Maria que amava Joaquim que amava Lili

que não amava ninguém.

João foi para os Estados Unidos, Teresa para o convento,

Raimundo morreu de desastre, Maria ficou pra tia,

Joaquim suicidou-se e Lili casou com J. Pinto Fernandes

que não tinha entrado na história.

 

(Carlos Drummond de Andrade)


TEXTO 2 – Letra de Música

Agora observe o diálogo entre o texto-fonte, que é o poema de Drummond, com a música Flor da Idade, de Chico Buarque:

Flor da Idade

(Chico Buarque)

A gente faz hora, faz fila na vila do meio-dia

Pra ver Maria

A gente almoça e só se coça e se roça e só se vicia

A porta dela não tem tramela

A janela é sem gelosia

Nem desconfia

Ai, a primeira festa, a primeira fresta, o primeiro amor

 

Na hora certa, a casa aberta, o pijama aberto, a família

A armadilha

A mesa posta de peixe, deixe um cheirinho da sua filha

Ela vive parada no sucesso do rádio de pilha

Que maravilha

Ai, o primeiro copo, o primeiro corpo, o primeiro amor

 

Vê passar ela, como dança, balança, avança e recua

A gente sua

A roupa suja da cuja se lava no meio da rua

Despudorada, dada, a danada agrada andar seminua

E continua

 

Ai, a primeira-dama, o primeiro drama, o primeiro amor

 

Carlos amava Dora que amava Lia que amava Léa que

amava Paulo que amava Juca que amava Dora que amava

Carlos amava Dora que amava Rita que amava Dito que

amava Rita que amava Dito que amava Rita que amava

Carlos amava Dora que amava Pedro que amava tanto

que amava a filha que amava Carlos que amava Dora

que amava toda a quadrilha.




TEXTO 3 - Audiovisual

 

Os descompassos do amor, as frustrações e a tragédia pessoal das personagens do poema “Quadrilha”, publicado em 1930 na primeira obra de Carlos Drummond de Andrade, Alguma Poesia, ecoam também na música “Espinho na roseira/Drumonda” da banda Karnak, ouçam e vejam:



TEXTO 4 – Música


Viu só? O poema escrito por Drummond inspirou muitos outros textos, além desses que vimos aqui, como por exemplo “Chovendo na Roseira” de Tom Jobim, eternizada na belíssima voz de Elis Regina.

 


DICA: Se você se interessou pelo poema "Quadrilha" de Carlos Drummond de Andrade, aconselho você a ler os outros poemas publicados no livro "Alguma Poesia". A professora Marcia Paes separou, especialmente para você 💗, no blog da Sala de Leitura da escola Berreta. Só clicar nesse link.  

 

👍ANOTE AI NO SEU CADERNO OU PORTFÓLIO:


A intertextualidade é exatamente essa relação dialógica entre dois ou mais textos, que não precisam ser necessariamente de um mesmo gênero. Se você não conhecesse o texto-fonte, isto é, o poema Quadrilha, você não perceberia sua influência sobre as músicas de Chico Buarque e da banda Karnak. É por esse motivo que a interpretação textual não depende apenas do conhecimento do código, que é a língua portuguesa, mas também das relações intertextuais que influenciam de maneira decisiva no processo de compreensão e de produção de textos.

 


PARA FINALIZAR...

...peço que preencham um formulário online bem simples para verificar se vocês entenderam a aula dessa semana. Esse formulário será parte constituinte da sua média bimestral! Caprichem na resposta!!!

 

Para ter acesso ao formulário online só clicar aqui!

 

Finalizamos aqui, camarada!

Espero que você tenha tido um bom entendimento da aula e que tenha aprendido a diferenciar notícia de reportagem e que tenha aprendido também sobre as comuns incidências da intertextualidade nas mais diversas esferas discursivas.

 

Me despeço aqui!

Pode deixar suas impressões sobre o roteiro nos comentários aqui do blog.

Até a próxima!


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