LP - ATIVIDADE 2 - UM POUCO DE POEMA DO SÉCULO XIX - PARTE 2 (SEMANA 4 / 3º BIM 2020)

 

“Com as lágrimas do tempo e a cal do meu dia eu fiz o cimento da minha poesia.” 

Vinicius de Moraes 




Olá!!! 

“Olha nóis aqui traveis!” 

Queridxs! A semana 4 será uma continuidade da Atividade 2 – UM POUCO DE POEMA DO SÉCULO XIX do Caderno do Aluno Vol. 3. 

Tentarei fazer um aprofundamento das discussões referentes ao poeta Augusto dos Anjos e da sua singularidade levando em consideração, principalmente, o poema “O Morcego”. 

Peço para que vocês assistam o audiovisual que eu gravei especialmente para você. 😁 

Espero não decepcionar! Almejo, também, poder contribuir para o seu entendimento sobre esse poeta tão importante para a literatura brasileira e, também, para a apreciação da poesia vanguardista do poeta Augusto dos Anjos. 

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Sei que me ouvir por quase 17 minutos não é fácil, portanto, se você preferir ler sobre o assunto, no blog da sala de leitura da Escola Berreta (organizado pela professora Marcia Paes) tem um amplo material (textos, biografia, videoaulas, declamações, análises...) sobre o poeta Augusto dos Anjos. Só clicar aqui e se aventurar em descobertas autônomas sobre a poesia do final do século XIX.

Agora que você já estudou e aprendeu um pouco sobre esse poeta extraordinário, pedirei para que você coloque em prática o aprendizado.

Como faremos isso???

Você irá escrever um poema, expressando o seu sentimento diante de um fato relevante e que tenha ocorrido nos últimos tempos, algo que ainda aflija a humanidade. Você pode ter como parâmetro os temas que evoquei no roteiro da semana 3 clicando aqui, mas não precisa se limitar a eles. Busque acontecimentos que sensibilize você. Considere tudo que aprendeu até o momento para compor o seu poema.

Os poemas produzidos serão publicados em um e-Book e disponibilizado para quem se interessar por ler. 


Não se preocupe...

Saber como escrever um poema não é nenhum mistério, nem uma dádiva divina. Praticamente qualquer pessoa é capaz de produzir poesia, desde que se dedique à tarefa. Afinal, disciplina é importante para qualquer autor. Por isso, darei algumas dicas para você escrever um poema de maneira mais parecida como as profissionais.

O objetivo dessas dicas é que você faça uma transição de um autor ou autora que escreve somente para si a um autor ou autora que escreve para o leitor. Chegou a hora de você treinar para transmitir ideias e se comunicar por meio dessa linguagem condensada e enigmática que é a poesia.

Vamos lá...

Segue algumas dicas para se escrever um poema:

 

👇

1. Tenha um objetivo em mente

O primeiro passo para escrever um bom poema é ter um objetivo. Afinal, sem um destino, você não pode chegar a lugar algum. No caso dessa proposta, o seu objetivo é expressar os seus sentimentos diante de um acontecimento recente que seja relevante para a humanidade.

Nunca deixe de considerar que a poesia é uma linguagem concisa e, como qualquer obra literária ou projeto em geral, é uma boa ideia você saber aonde quer chegar. Caso contrário, suas palavras serão vagas.

Para ajudar nesta tarefa, pense no que você quer que o seu poema “faça”. Que tipo de reação você quer causar no leitor? Há algo em específico que você queira descrever? As respostas podem ser diversas. Por exemplo: “descrever uma experiência pessoal”, “protestar contra injustiças da sociedade”, “exaltar a beleza da natureza”, “provocar desconforto no leitor”.

Escolha um objetivo principal e guarde-o com você. Esse será o elemento central do seu poema.

 

2. Expresse o seu tema

Muito bem, você tem um objetivo, um elemento principal. Já está próximo de ter um tema definido para o seu poema.

Um tema pode ser considerado a combinação de uma ideia com uma opinião. Por exemplo, o “amor” não é um tema por si só. “Amor é sofrimento”, por sua vez, já pode ser considerado um tema, ainda que um pouco pessimista.

O tema é uma afirmação. Uma ideia sobre um assunto.

Esse tema será expressado pelo eu lírico. Em outras palavras, o tema torna a poesia mais tangível, fortalecendo a conexão com o leitor.

Resumindo: Transforme o seu objetivo em um tema e expresse suas ideias. Valerá a pena.

 

3. Não seja clichê

Todos têm o direito de se expressar como quiserem. A beleza dessa liberdade é justamente a grande diversidade de ideias que ela nos oferece. Logo, não tem graça se todo autor escrever de maneira igual aos outros, repetindo os mesmos clichês.

Claro, não estou sugerindo que você tente escrever algo original por completo. Pode-se dizer até mesmo que a originalidade não existe, considerando a quantidade de autores que existem e a baixa probabilidade de produzir algo que nunca foi feito antes.

Mas existem repetições e repetições. Algumas são saudáveis, outras são mais do que desnecessárias. O clichê pode ser considerado tudo aquilo que já foi tão utilizado que não contribui mais para a obra. Ele não causa impacto, não agrega valor, não traz significado.

Na poesia, os clichês muitas vezes se apresentam como frases ou expressões “prontas”. Um exemplo bastante clássico é “rosas são vermelhas, violetas são azuis” ou versos que começam com “amar é”.

Como fugir disso? Primeiro, pense se você já não ouviu diversas vezes essa mesma expressão que você pretende escrever. Se sim, ela deve ser um clichê. Então, reflita sobre o significado por trás dessas palavras batidas. Você pode transmitir essa mesma mensagem de outra forma. E pronto. Clichê evitado.

 

4. Não seja excessivamente melodramático

Ah, o melodrama. Sedutor e repulsivo ao mesmo tempo, ele atrai os autores para, então, afastar os leitores. Quando escrevemos, muitas vezes queremos transmitir e provocar sentimentos e, sendo esse o caso, é quase irresistível a chamada do melodrama. Saber como escrever algo emocionante não é tão simples.

Queremos nos jogar nos sentimentos, expressar amor, paixão, ódio e indignação. Mas veja, a partir do momento que isso compromete a leitura, não vale a pena. E o fato é: quando um texto apela excessivamente para o emocional, o leitor tende a se rebelar contra as intenções do autor e sentir o oposto do que foi planejado.

Dizem por aí que, quando uma personagem chora, o leitor não precisa chorar por ela. Fique atento, pois isso pode se aplicar aos seus leitores.

 

5. Estimule todos os sentidos

A poesia é muito mais do que texto, palavras. Ela deve estimular cada sentido do corpo humano. Visão, audição, olfato, toque, paladar e, também, o que vai além, como a nossa intuição e a maneira como absorvemos a realidade em constante movimento como um todo.

A beleza da literatura está justamente na capacidade de levar o leitor para outro lugar, onde cada sentido estará aguçado e nossa percepção estará voltada para os dilemas e conflitos levantados na obra.

Para provocar esse efeito no leitor, você deve escrever de maneira muito visual, imagética. Explore o cenário, explore os movimentos, explore os sons, os cheiros, cada elemento que leva o leitor até seu poema. Mas não esqueça...o poema é um texto suscinto, breve, pouco descritivo. Ele precisa dizer muito em poucas palavras. Pense nisso!!!

 

6. Use figuras de linguagem

As figuras de linguagem existem para enriquecer o idioma e tornar a nossa comunicação ainda mais vívida. Nada melhor do que usá-las na poesia, não é mesmo?

Um destaque especial vai para as comparações e metáforas. Isto é, quando afirmamos que algo ou alguém é parecido com outro ou quando substituímos um termo por outro a fim de provocar essa comparação, respectivamente.

Por exemplo, “meu pensamento é um rio subterrâneo” é uma metáfora. No caso, o pensamento não pode ser um rio subterrâneo, mas há semelhanças, como o fluxo de consciência que se assemelha ao fluxo constante do rio e a individualidade dos pensamentos, que não podem ser ouvidos por mais ninguém, assim como o rio não pode ser visto.

Quando usadas sabiamente, as figuras de linguagem podem enriquecer o poema ao tornar tudo menos óbvio e instigar o pensamento crítico do leitor, que possivelmente precisará refletir para compreender as semelhanças que validam determinadas metáforas, por exemplo.

 

7. Saia da caixinha!

Por que se conformar a uma maneira padronizada de enxergar o mundo? Muitas vezes a graça da vida e a beleza da poesia é justamente a habilidade do poeta de enxergar a realidade de forma diferente, um pouco fora da caixinha.

Subverta as expectativas do leitor, revolucione sua visão de mundo. Mostre que é possível refletir de maneira diferente sobre elementos que fazem parte do nosso dia a dia. Escrever histórias surpreendentes na sua poesia é uma forma de marcar o mundo com a sua visão única da realidade.

 

8. Tome cuidado com as rimas

Infelizmente, rimar com excelência não é tão fácil quanto parece. Se não tomarmos cuidado, nossas rimas parecerão dignas de uma música infantil. No geral, não é bem esse o efeito que os poetas querem causar.

Logo, apesar das aventuras com rimas serem necessárias para o desenvolvimento de um poeta, recomendamos que, pelo menos no começo, você evite usar rimas demais. Vá com calma. Experimente o verso livre e, aos poucos, implemente elementos formais complexos na sua poesia.

Nas mãos de um poeta iniciante, existem elementos mais importantes do que a rima e a métrica. Foque nas palavras que escolhe, na mensagem que transmite, nos temas. E, então, conforme ganhar experiência, experimente rimas novas.

 

9. Revise sua poesia

Como toda obra literária, a poesia também precisa ser revisada. Talvez até mais do que a prosa, afinal, na poesia, cada palavrinha deve cumprir um papel específico no texto. Cada elemento deve ser essencial, até a última vírgula.

Assim como ao editar o próprio livro, recomendamos que você tome certas medidas antes de revisar poesia. A primeira é deixar o poema de lado por uns tempos. Esqueça dele e, então, o revise com novos olhos e ouvidos, como se nunca o tivesse lido antes.

Leia em voz alta. Grave o poema e corrija. Mude sua experiência o máximo possível e não tenha medo de reescrever, mas sempre anotando as modificações sem descartar as versões anteriores.

E, é claro, é sempre válido pedir a opinião de outra pessoa. Especialmente se você tiver contato com pessoas que apreciam a poesia e tenham opiniões imparciais, com uma dose construtiva de crítica e sem medo de magoar o outro.

Aceitar essas críticas sem se desanimar é uma excelente maneira de evoluir. Aprenda com o que foi dito e siga melhorando seu poema até a hora de dar asas para sua pequena obra. E, então, escreva mais.

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Essas foram as dicas!!!

Além das dicas, deixarei um poema do João Cabral de Melo Neto dizendo como é escrever um poema... 




Sugiro que pesquise ainda mais sobre as infinitas possibilidades de se escrever um poema.

Espero que goste da experiência!

Após escrever o seu poema, você deverá enviá-lo por um formulário online. Para ter acesso ao formulário é só clicar aqui!

IMPORTANTE: No formulário você terá a opção 1 que será a de fazer uploud de um arquivo editável ou a opção 2 que será digitá-lo no campo de resposta.

OBS: Vocês podem me enviar o poema para que eu leia antes da sua publicação no formulário.

Até logo amigx!

"O que a gente sente e não diz, cresce dentro"



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