LP - APRENDER SEMPRE AULAS 3 e 4 (SEMANA 4 / 4º BIM 2020)

 


Olá, amigx estudante! 

O roteiro desta semana refere-se às aulas 3 e 4 da Sequência de Atividades 2 do Material Aprender Sempre Vol. 3 

Começaremos pela aula 3 que tem por título LER OU NÃO LER, EIS A QUESTÃO (p. 32) 

A partir dessa aula vamos recuperar algumas definições e características das figuras de linguagem que foram estudadas no Ensino Fundamental. Não se trata de decorar a definição, mas de reconhecer os efeitos de sentido causados pelo uso desse recurso estilístico em textos literários de diferentes épocas, e como isso promove, no interior dos textos, os efeitos de sentido pretendidos pelos autores. 

LER OU NÃO LER, EIS A QUESTÃO (p. 32) 

Começaremos pela leitura de um poema! 

Lembrando você que a prática de leitura literária amplia o repertório cultural e a capacidade de argumentação. Leia sempre...todos os dias...todos os tipos de textos. Ler é experimentar e aprender!

Antes de ler o poema vamos saber um pouquinho mais sobre o autor. Não é a primeira vez que falamos sobre esse poeta do barroco brasileiro, o Boca do Inferno.

Nota biográfica

Gregório de Matos Guerra nasceu em Salvador, em 23 de dezembro de 1636 e faleceu em Recife, em 26 de novembro de 1696. Alcunhado de Boca do Inferno ou Boca de Brasa, foi um advogado e poeta do Brasil Colônia. É considerado um dos maiores poetas do barroco em Portugal e no Brasil e o mais importante poeta satírico da literatura em língua portuguesa no período colonial.



Nasce o Sol e não dura mais que um dia,

Depois da Luz se segue a noite escura,

Em tristes sombras morre a formosura,

Em contínuas tristezas a alegria.

 

Porém, se acaba o Sol, por que nascia?

Se é tão formosa a Luz, por que não dura?

Como a beleza assim se transfigura?

Como o gosto da pena assim se fia?

 

Mas no Sol, e na Luz falte a firmeza,

Na formosura não se dê constância,

E na alegria sinta-se tristeza.

 

Começa o mundo enfim pela ignorância,

E tem qualquer dos bens por natureza

A firmeza somente na inconstância.

 MATOS, G. de. Seleção de obras poéticas: Inconstância dos bens do mundo. Biblioteca Virtual do Estudante Brasileiro: Escola do Futuro da Universidade de São Paulo, 1996. Disponível em: http://www.dominiopublico.gov.br/download/texto/bv000119.pdf . Acesso em: 03 nov. 2020.


Leia a estrofe do poema de Gregório de Matos:

 

INCONSTÂNCIA DOS BENS DO MUNDO

 

Nasce o Sol, e não dura mais que um dia,

Depois da Luz se segue a noite escura,

Em tristes sombras morre a formosura,

Em contínuas tristezas a alegria.

 

Escreva a resposta das perguntas a seguir no seu Caderno Aprender Sempre Vol. 3 ou no seu Caderno de Língua Portuguesa ou, ainda, no seu portfólio.

 

a) Faça uma análise do título do poema. O que ele antecipa?

 

b) Observe o par que permite relações opostas no poema: nasce/morre. Esse recurso estilístico, que se utiliza da oposição para construir e ampliar o sentido do texto, é chamado de antítese. Retire outros exemplos de antítese que aparecem na estrofe do poema da atividade 1:

 

c) Ao analisar a composição dos versos, reflita: o título confirma a temática do poema?


O INFELIZ COESMO (p. 33)



Caríssimx estudante, finalizamos a aula 3 e estamos, agora, na aula 4.

É importante que você perceba que um texto literário pode ter inúmeras figuras de linguagem empregadas de modo intencional. Elas atuam em função do projeto de texto do autor, produzindo os efeitos de sentido esperados. Para ajudar você a entender isso, peço para que leia o próximo excerto atentamente. Essa leitura será para estimular suas habilidades de identificação e reconhecimento de recursos expressivos no texto literário.

Para isso acontecer, a proposta agora é explorar alguns outros recursos estilísticos a partir da leitura de um excerto do conto “A mágoa do infeliz Cosme”, de Machado de Assis. Antes da leitura, busque compreender o que representa a ironia, como figura de linguagem, uma vez que este é um dos recursos marcantes na obra de Machado de Assis, em função dos interesses desse autor em produzir efeitos de sentido relativos a sentimentos, comportamentos e valores presentes na sociedade brasileira do século XIX. Se necessário, retome o conceito de ironia.

 

Leia o excerto extraído do conto “A mágoa do infeliz Cosme”, de Machado de Assis e, na sequência, responda às perguntas.

 

Excerto


Imensa e profunda foi a mágoa do infeliz Cosme. Depois de três anos de não interrompida ventura, faleceu-lhe a mulher, ainda na flor da idade, e no esplendor das graças com que a dotara a natureza. Uma rápida moléstia a arrebatou aos carinhos do esposo e à admiração de quantos tiveram a honra e o prazer de praticar com ela. Quinze dias apenas esteve de cama; mas foram quinze séculos para o infeliz Cosme. Por cúmulo de desgraças, expirou longe dos olhos dele; Cosme saíra para ir buscar a solução de um negócio; quando chegou à casa achou um cadáver. Dizer a aflição em que este acontecimento lançou o infeliz Cosme pediria outra pena que não a minha. Cosme chorou logo no primeiro dia todas as suas lágrimas; no dia seguinte tinha os olhos exaustos e secos. Os seus numerosos amigos contemplavam com tristeza o rosto do infeliz e ao lançar a pá de terra sobre o caixão já depositado no fundo da cova, mais de um recordou os dias que passara ao pé dos dois esposos, tão queridos um do outro, tão venerados e amados dos seus íntimos. Cosme não se limitou ao encerramento usual dos sete dias. A dor não é costume, dizia ele aos que o iam visitar; sairei daqui quando puder arrastar o resto dos meus dias. Ali ficou durante seis semanas, sem ver a rua nem o céu. Os seus empregados iam prestar-lhe contas, a que ele, com incrível esforço, prestava religiosa atenção. Cortava o coração ver aquele homem ferido no que havia de mais caro para ele, discutir às vezes um erro de soma, uma troca de algarismos. Uma lágrima às vezes vinha interromper a operação. O viúvo lutava com o homem do dever. Ao cabo de seis semanas resolveu sair à rua o infeliz Cosme. - Não estou curado, dizia ele a um compadre; mas é preciso obedecer às necessidades da vida. - Infeliz! exclamou o compadre apertando-o nos braços.


ASSIS, M. de. A mágoa do infeliz Cosme. Jornal das famílias, 1875. Disponível em:<http://www.dominiopublico.gov.br/download/texto/fs000065pdf.pdf>. Acesso em: 03 nov. 2020.

 

a) Há, no conto, diversas passagens em que se emprega o recurso da ironia. Escolha um momento em que esse recurso é utilizado e faça uma análise do efeito de sentido que a ironia cria na narrativa.

 

b) Ao descrever a mulher, o narrador faz uso de uma figura de linguagem para dar o tom dramático e, ao mesmo tempo, satírico para o falecimento da personagem.

“[...] faleceu-lhe a mulher, ainda na flor da idade, e no esplendor das graças com que a dotara a natureza.”

Que figura de linguagem é utilizada nos termos em destaque? Qual efeito o uso dessa figura provoca no texto?

 

c) A partir do trecho “Cortava o coração ver aquele homem ferido”, que informações podemos inferir sobre o narrador do conto?



 

FINALIZANDO


E aí, conseguiu compreender a importância desses recursos expressivos para enriquecer o texto literário?


Para avaliar se você realmente aprendeu, vamos responder um formulário online sobre humor, ironia e metáfora. Serão 5 questões de vestibular. Caso não consiga acertar ao menos 50%, tente novamente até conseguir, não tem problema responder o formulário mais de uma vez. O importante é você aprender! 


PARA TER ACESSO AO FORMULÁRIO É SÓ CLICAR AQUI!


A minha sugestão agora é que você faça uma pesquisa autônoma acerca do contexto histórico das obras de Machado de Assis (o Realismo) e como ele fazia uso da ironia para retratar o comportamento humano. Para isso, você poderá criar um registro autônomo do seu Caderno de Língua Portuguesa ou Portfólio.

 

Para esse roteiro, é isso!

Na semana que vem volto com as aulas 7 e 8 e uma última avaliação que fará parte da composição da sua nota do 4º bimestre de 2020.

Até logo...

Se cuide!


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